O grande filósofo Aristóteles distingue três áreas de conhecimento: 1. Conhecimento analítico ou científico; 2. Conhecimentos dialéticos ou prováveis; 3. Conhecimentos sofísticos ( falsos ). O conhecimento científico funda-se em raciocínios verdadeiros e evidentes e levam a uma conclusão certa. O conhecimento dialético se consegue através de raciocínios prováveis com os quais se chega ao estado da opinião. Os conhecimentos sofísticos se obtêm por meio de raciocínios falsos, isto é, sofismas.
Para Aristóteles, a ciência deve ser certa, verdadeira e evidente; por isso ela não precisa persuadir; ela expõe. Não se persuade ninguém que 2+2= 4; que a água provém da combinação de hidrogênio e oxigênio em determinadas condições; que o um PC não funciona sem energia elétrica,etc. O conhecimento científico funda-se em raciocínios verdadeiros e evidentes e levam a uma conclusão certa. Mas o âmbito da ciência é bastante restrito. Nem sempre ela apresenta uma solução indiscutível para todos os eventos e enigmas da história da humanidade. Quando nós estamos diante de uma dúvida e não há resposta científica, mas precisamos decidir, qual é nossa conduta? Buscamos a alternativa mais provável, a nosso ver, conforme nossas convicções. Assim todas as vezes que estivermos diante de uma dúvida e não pudermos chegar à certeza ( ciência),mas a probabilidades, estaremos diante de uma questão dialética, uma opinião que oferece probabilidades. A crença num Deus, criador de sistemas inteligentes, não é ignorância e nem sofisma é apenas uma probabilidade ( idéia, opinião) que a ciência não pode provar que não existe.
Já o pensamento dos antigos romanos de que a mulher não tinha capacidade civil para administrar os bens da família por ser "imbecillitas sexus" ( sexo frágil,incapaz) era um raciocínio falso, sofisma, pois está provado que as mulheres são tão capazes quanto os homens.
Da mesma forma, o artigo 39 do Estatuto que diz que “cabos e soldados são essencialmente elementos de execução” é mais um exemplo de conhecimento sofístico (falso). A execução faz parte das atribuições dos cabos e soldados, mas eles podem opinar, apresentar proposições, etc. Hoje participei de uma reunião no DEC. À mesa, oficiais superiores, tenentes, sargentos, cabos e soldados, todos professores, chamados para apresentar ideias quanto aos futuros cursos (Nivelamento,CAP, CAEP). No âmbito acadêmico, o mais graduado era um soldado. Mestre pela UNB.
Por Geraldo.
Por Geraldo.
Esse pensamento é que faz o militarismo"limitarismo"ser sinônimo de ignorância,burrice,.......
ResponderExcluirGeraldo,sou soldado de polícia,graduado e pós-graduado"matemática financeira aplicada aos negócios",e estudando para outro concurso onde eu seja valorizado,infelizmente.Guardadas as devidas proporções de efetivo,em todos os postos e graduações,os soldados PMDF,hoje,serão sempre os que terão maior e melhor formação acadêmica.
A grande questão do tratamento dado aos Cabos e Soldados como meros elementos de execução em uma organização militar é que tal concepção traduz a razão de ser dos princípios basilares das instituições militares, qual seja a hierarquia e disciplina.
ResponderExcluirDesta forma, o tratamento mais gravoso dado aos crimes contra a hierarquia e a disciplina militares se fundam na necessidade de obediência acima de tudo aos comandantes e superiores.
Essa obediência é necessária quando pensamos que em uma guerra, o comandante não pode ter suas ordens questionadas por um "soldado que pensa". E isso é bem lógico, pois caso contrário toda a guerra estaria perdida caso o comandante tivesse que se explicar aos seus comandados ou, pior, pedir-lhes a opinião sobre questões estratégicas de guerra que, em tese, não são capacitados.
Longe de querer dizer que as Praças são incapazes (o que já provaram não ser), venho dizer que o tratamento dado a soldados e cabos nos regulamentos como meros elementos de execução se funda na necessidade imperativa de proteger os maiores bens da nação, o território e a soberania, que estariam atacados caso os comandantes tivessem que se reportar explicativamente as camadas mais baixas da hierarquia.
E, convenhamos, tem sua razão de ser.